Wednesday, June 27, 2007

Caveira

Pouca gente deve ter ouvido falar na Mina da Caveira, mas Canal Caveira de certeza que vos faz lembrar de alguma ou algumas paragens que lá fizeram durante uma viagem.

Esta é a mina mais a NW da Faixa Piritosa Ibérica, parte integrante da Zona Sul Portuguesa, mundialmente conhecida pela sua riqueza em sulfuretos maciços vulcanogénicos. As substâncias ou elementos mais importantes são Chumbo (Pb), Pirite (FeS2), Zinco (Zn), Cobre (Cu). O génese do jazigo está ligado ao vulcanismo estratiforme, As massas de pirite maciça com calcopirite, blenda e galena ocorrem interestratificadas nos tufos e xistos do Complexo Vulcano Sedimentar com possanças que variam entre 10,0 a 60,0m. A mina da Caveira começou a ser explorada de forma definitiva em 1863 por conta do concessionário Deligny, mas os trabalhos de pesquisa e preparação do jazigo já se tinham iniciado quase uma década antes, em 1855.

Actualmente, após longos anos de abandono, encontra-se em fase de recuperação ambiental. Acredito que os minerais coleccionáveis eram bastante variados, mas actualmente apenas se encontram nas escombreiras o que alguns chamam goethites irisadas e outros chamam turgites, que não são mais do que a mistura de goethite com hematite após processo de alteração com absorção de água.

Uma das amostras da minha colecção (100x70mm)

Thursday, June 14, 2007

Companheiro

As saídas de campo, para além de serem aproveitadas para conhecer um pouco melhor o nosso país, são essenciais para conhecer novos locais, minas e pedreiras abandonadas ou não, e colher mais algumas amostras. Mesmo que não sejam amostras “topo de gama” terão sempre outro significado quando são apanhadas por nós. Nem que seja só por nos recordarmos do momento, dos cortes nas mão, da molha que apanhamos etc. O problema é quando cortamos as mãos e apanhamos molhas sem trazer nada para casa! As fotos seguintes são de uma saída que fiz com dois amigos, malucos como eu, em Fevereiro de 2006 para os lados de Viseu, em particular à pedreira do Companheiro em Sezures.

Pela foto dá para perceber duas coisas importantes, o frio de rachar que se fazia sentir (só os malucos iriam para ali em Fevereiro de livre vontade), e a desculpa por não termos trazido grande coisa (o carro não aguentava). A pedreira desenvolve-se numa massa aplíto-pegmatítica cujo principal recurso é o quartzo que por vezes ocorre rosa ou fumado.

Para além deste encontram-se berilo, apatite, torbernite, columbite, pirite, arsenopirite, muscovite, feldpatos e outros. Dos exemplares recolhidos por mim destaco os seguintes: Berilo, Quartzo e Muscovite (200x150mm)

Columbite em berilo (50x35mm)